Quando inda resta um fio de esperança,
É tudo diferente nesta vida.
É muito bom qualquer bem que se alcança
Seja ilusão apenas percebida…
Quando existe esperança, a brisa é mansa,
Em manso lago a sorte é refletida.
Nem sequer do labor ninguém se cansa.
Pudesse ser assim, a eterna lida!
Ela é a força que em nós se acentua.
É a vida, é o amor, o sol… a lua
Que pelo céu de estrelas, mansa, corre…
Mas, ao invés disso, há tristeza e luto,
Um mundo deprimente, hostil e bruto,
Triste e vazio, se a esperança morre.
NOTA: Poema publicado no Anuário da Academia Barbacenense de Letras, em 1980, página 56.