O historiador e artista gráfico Edson Brandão vai ocupar a cadeira número 32 da Academia Barbacenense de Letras, na sucessão do Professor Newton Siqueira de Araújo Lima.
Na sexta-feira (30), às 19h30, em Sessão Especial aberta ao público na sala Ouro do Hotel Master Plaza, a Academia Barbacenense de Letras dará posse ao seu novo membro, o historiador e artista gráfico Edson Brandão. Segundo o presidente da entidade, Mario Celso Rios, a ABL cumpre há mais de 40 anos a missão de divulgar e reunir informações e acervo da produção literária em geral, mas com foco nos autores locais ou com afinidades com Barbacena. “Nossa razão de existir é a causa do livro. Acima de nomes e interesses, as ações são feitas a partir dos estatutos e regimento. A nossa permanência se deve à vocação da casa pela reflexão, o debate, o repúdio ao preconceito e todas as formas de dominação que afetem o espírito, a inteligência e a liberdade”, define o professor e advogado que preside a entidade desde 1993, com a morte do fundador, Plinio Tostes Alvarenga.
Atualmente, a Academia conta com 34 membros efetivos e possui um quadro de membros correspondentes reunindo escritores e intelectuais de várias partes do Brasil.
O NOVO ACADÊMICO
Edson Brandão vai ocupar a vaga deixada pelo professor e historiador Newton Siqueira de Araújo Lima um dos fundadores da Academia e que faleceu em 2018. Brandão é desenhista artístico, chargista, caricaturista, diagramador, pesquisador de história regional. A partir de 1985, começou a publicar seus trabalhos no jornal carioca, O Pasquim. Venceu mais de dez edições do Concurso de Desenhos Pasquim/Malt 90 de humor gráfico, cuja comissão julgadora incluía nomes como Paulo e Chico Caruso, Millôr Fernandes, Luís Fernando Veríssimo, Jaguar, dentre outros. Participou e foi premiado em diversos salões de humor no Brasil e exterior: Salão de Humor de Volta Redonda (RJ), Piracicaba (SP), Salvador (BA), Teresina (PI), Gabrovo (Bulgária) e Ancona (Itália). Em 1986, foi contratado como chargista, ilustrador e redator do Jornal Cidade de Barbacena, um dos mais antigos jornais mineiros (circulou de 1898 a 1993). Atuou como programador visual de vários espetáculos do grupo teatral Ponto de Partida. Fez os projetos museográficos das exposições permanentes do Museu da Loucura (incluindo a revitalização em 2016), Museu Municipal e Casa de Emeric Marcier, todos em Barbacena. Em 2001, criou a exposição itinerante “Crimes de Guerra em Tempos de Paz”, realizada a partir da série de reportagens “Nos Porões da Loucura”, do jornalista Hiram Firmino. Foi diretor executivo e presidente da extinta Fundação Municipal de Cultura de Barbacena, entre 1993 e 2001, onde ajudou a implantar aparelhos culturais ainda em atividade e realizador de eventos como festivais de música, concertos, exposições de artes, colóquios e outras atividades artísticas e culturais. Em 2002, foi Secretário Municipal de Comunicação de Barbacena, no mesmo ano foi condecorado com a Medalha Santos Dumont, pelo Governo de Minas Gerais e em 2019, com a Ordem do Nascente do Poder Aéreo, concedida pela EPCAR. Autor de dezenas de capas de livros, discos e peças publicitárias, foi co-organizador e programador visual do livro “Colônia, Uma Tragédia Silenciosa,” lançado em 2008. Em 2010, realizou a exposição “Meu Santo Protetor”, juntando arte digital com as obras sacras dos principais santeiros de São João Del Rei, na galeria do Centro Cultural da Universidade Federal de São João del Rei. Recentemente, produziu o livro “Ernst Hasenclever e sua viagem pelas províncias do Rio de janeiro e Minas Gerais”, em parceria com a historiadora Debora Bendochi Alves, da Universidade de Colônia, Alemanha e editado pela Fundação João Pinheiro. A obra resgata os diários e desenhos inéditos do viajante alemão Ernst Hasenclever (1814-1869). Em 2016, foi o curador da exposição “Marcier – 100”, mostra comemorativa do centenário do pintor Emeric Marcier (1916-1990), apresentada no Palácio das Artes, Belo Horizonte. É membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São João Del Rei.