Não se trata de um plágio. Este título nada tem de meu quanto à criatividade ou originalidade. Afinal, toda a mídia mundial vem se ocupando diuturnamente dele, sob os mais variados enfoques. No entanto e, com muita certeza, ele não pode escapar da força que traz consigo. Ele tem consagrado a arte cinematográfica brasileira através de uma história impactante revivida por atores de inegável talento. Não pretendo me ater a um juízo crítico dos fatos ali narrados, mesmo porque são por demais dolorosos sobretudo, para mim, que em idênticas circunstâncias, viu ser levada para sempre, alguém que me era próxima.
Na referência acima, “Ainda estou aqui” rotula a arte literária reproduzida pela magia do cinema. Arte que se inspira na vida. Este é meu foco. Arte é atraente, eloquente, sugestiva e desafiadora. É poderosa. Ela se realiza através de um caminho duplo: podemos utiliza – la para expressar o que sentimos, ao mesmo tempo, que nos é possível acolher suas próprias mensagens. Como um diálogo entre criador e criatura… Sem exclusão de um ou outro. Apenas coexistência de ambos. Um mergulho neste fluir criativo torna – se instigante porque nos enriquece. Evocativa, inspira e exercita nossa compreensão e sensibilidade. Um olhar distante… ou bem direcionado…um ambiente sombrio… ou iluminado… cores e sons multívocos… podem ser códigos de linguagem tão convincentes quanto palavras ou gestos…É assim que o adverbio de intensidade “ainda” determina um sentido de permanência para que a superação possa ser aceita, a memória preservada e a resiliência se instale…
Inegável afirmar que “Ainda estou aqui” pela sua perfeita adequação à história narrada, cria um simbolismo vivo, empoderado, ampliando sua zona de alcance e assim, emprestando credibilidade a inúmeras situações atuais.
Não é de se admirar então que, um jovem político, ao assumir um dos mais altos postos de comando neste pais, revigorado pelo próprio entusiasmo e desejoso de impressionar aos que o ouviam, em seu pronunciamento, faz uma verdadeira apologia aos anseios populares, ao justo e desejável. Buscando ganhar a confiança e impactar todos ali presentes como se tudo pudesse ser garantido por ele e seus pares, emocionado, encerra sua fala com “Ainda estamos aqui”, recebendo forte aclamação.
Esta mesma linha de esperança, tem sido elemento de sustentabilidade para muitos, em situações análogas. Uma apropriação que não pode ser considerada indébita visto, ter a seu favor, a necessidade de um esclarecimento, ou uma definição urgente ou mesmo, uma razão para manter ou descartar sonhos idealizadores vividos entre angústias e dores… Independente de serem artísticas ou não, surgem na vida cotidiana, envoltas em ansiedades ou perplexidades, aguardando posicionamentos para objetivos vitais, promissores de liberdades, de verdades e, quase sempre, de respeito humano. Assim, nada mais justificável para estes questionamentos, reflexos de expectativas, que os interessados possam abusar catarticamente da inerente força de
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