Paulo Roberto Maia Lopes (Cadeira Número 17)
O amor é o mais sutil de todos os venenos,
Que sabemos fatal, e instamos por beber;
É a efêmera delícia em êxtases serenos,
Fogo vivo, ilusória chama do Prazer.
Nós te vemos destruir almas que tu abraças.
Mas que removerá as marcas imprimís?
Embalamos a dor, e todo o mal que faças,
Carrasco sedutor, sofrimento feliz!
O coração tremente, a alma dilacerada,
Voltando a ouvir tua voz, tua ilusão dourada,
Abre ainda uma vez a porta ao anjo rude,
Pois há que se enlear no sonho fascinante.
De ver florir cada dia, a cada instante,
Outra rosa cruel da tua juventude.
Poema de Paulo Roberto Maia Lopes publicado no Anuário da Academia Barbacenense de Letras, em 1988, página 51. Membro Efetivo, Cadeira número 17.