A Academia Brasileira de Letras começa o mês de Abril com a difícil missão de escolher um novo “Imortal”, que ocupará a cadeira de número 7, outrora pertencente ao diretor de cinema, Cacá Diegues. Dezesseis candidatos disputam a vaga: Miriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias, Ruy da Penha Lôbo, Antônio Hélio da Silva, Eduardo Luiz Baccarin Costa, Rodrigo Cabrera Gonzales, Daniel Henrique Pereira, Angelos D’Arachosia, José Gildo Pereira Borges, Tamara Ribeiro de Oliveira, Martinho Ramalho de Melo, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Chislene de Carvalho e Edir Meirelles. Finalizando a lista, aparece o escritor Evandro Aléssio Rodrigues Pereira, um conhecido autor de Barbacena.
Evandro Aléssio é membro efetivo da Academia Barbacenense de Letras (Cadeira n° 31) e membro Fundador da Academia Antôniocarlense de Letras (Cadeira n° 7). Tem como obras literárias o livro Pin (romance); A Menina e o Trem (romance); O Poeta de Gastropinelândia (poesia); O Queijo e o Beijo de Minas (poesia); Inteligência Alimentar (nutrição); A Energia do Silêncio e o Poder de Concentração dos Segredos não Revelados (ensaio), além de numerosos contos e poesias em coletâneas diversas.
Seu ensaio (A energia do Silêncio) foi traduzido para cinco idiomas e tem a versão em audiolivro, que é a segunda mais visualizada no Youtube Brasil (2,2 milhões de visualizações), batendo as versões em audiolivros de autores nacionais e internacionais de renome, como J.K. Rowling e Paulo Coelho. Evandro é coronel do quadro de Saúde da Força Aérea e trabalhou por 16 anos na EPCAR, em Barbacena.
Sua experiência em diversas funções militares, na aérea da EDUCAÇÃO e ENSINO, que exerceu durante seu tempo de caserna, ajudam-no, de certa forma, a aumentar suas chances na campanha para uma vaga na ABL. O escritor foi Editor da Revista de Saúde da Aeronáutica; Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR); Chefe da Seção de Planejamento da Divisão de Ensino EPCAR, além de membro da Divisão de Ensino, Pesquisa e Inovação, da Diretoria de Saúde da Aeronáutica. Ainda no meio militar, como curiosidade, Evandro Aléssio é o único brasileiro a ter frequentado quatro escolas militares, das três Forças Armadas: a Escola Preparatória de Cadetes do Exército; a Academia Militar da Agulhas Negras; o Centro de Instrução Almirante Wandenkolk e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar.
Como a cidade de Barbacena, a história desse postulante à “imortalidade” é também repleta de curiosidades, como por exemplo a de pertencer à última turma de seminaristas do antigo Instituto Missionário São Miguel, a Borda do Campo, onde estudou dos 10 aos 14 anos, em regime de internato, e cuja experiência ajudou a compor o romance Pin. É de autoria dele o primeiro romance sobre o maior Manicômio que já existiu no Brasil, o Hospital Colônia de Barbacena. Seu livro “A Menina e o Trem” foi escrito sob um exaustivo e minucioso estudo do hospital, bem como amparado por mais de duzentas horas gravadas de entrevistas de dezenas de ex-pacientes, médicos, funcionários e conhecedores daquela instituição. Foram 16 anos de trabalho até a conclusão da obra.
Mesmo sabendo de sua condição de “azarão” na disputa, Evandro Aléssio mantém a esperança, “estou certo de que os Membros da ABL coincidem no pensamento de que não seja a quantidade de livros publicados o fator mais importante para a escolha daqueles com os quais dividirão seus encontros naquela Casa. Mas, durante algum tempo, imaginei que assim o fosse. Hoje tenho quase uma convicção de que o que todos buscam seja um “equilíbrio de saberes e vivências” que – talvez mais uma ousadia de minha parte – acredito que eu possa ter alcançado. Tenho pontos favoráveis à minha candidatura, como a experiência acadêmica e o fato de ter obras no gênero romance, poesias, contos e na área de Saúde, mas acreditava inicialmente que um ponto desfavorável à minha intenção de ocupar a vaga na ABL, seria minha condição de Militar. No entanto, após me aprofundar na história de Imortais de outras épocas, passei a crer que isso (pelo menos) não deverá ser empecilho para a realização deste sonho, já que tivemos outros nesta condição profissional, como o talentosíssimo Guimarães Rosa, que chegou ao posto de Major na Polícia Militar de Minas Gerais, antes de seguir a carreira diplomática. Aliás, ele serviu durante muitos anos em minha cidade, Barbacena, e temos lá muito orgulho disso.”
As Vagas na Academia Brasileira de Letras são abertas e qualquer pessoa pode se inscrever, enviando seu currículo e uma carta ao Presidente da ABL. A votação da Cadeira número 07 ocorrerá até o final de Abril.