Lucilene Zonzin (Cadeira número 14)
Enchi meu coração de claras manhãs tão límpidas
Como água escondida nas entranhas do poço.
Olhei por detrás dos muros
De onde me viam com olhos de desejo.
Celebrei a aurora
Que parecia me cobrir de festa.
Senti nos lábios
O calor de algo que se anunciava
Como flor que nasce entre pedras áridas.
Foi tudo um sonho…
Portões e janelas se fecharam…
Uma voz silenciou
Quando o sol se escondia nas dobras da serra.
Fuga…
Distância…
Guardei em segredo minha última dor.
E a vida,
Mais uma vez,
Me olhou com olhos de adeus…
Poema de LUCILENE ZONZIN publicado no Anuário da Academia Barbacenense de Letras, em 2002, página 52