André Luís Paolucci de Carvalho
Ventania, tempestades e saudades.
Lágrimas escorrem dos Pampas.
Um povo peleia pela vida,
enfrenta a sombra da morte
e navegam pelas correntezas do Guaíba.
Vencem dolorosos rios de lágrimas.
Bota, bombacha, lenço e espora de prata.
Exaustos, asfixiados pela dor e medo.
São invencíveis heróis anônimos do Rio Grande.
O véu da tristeza não ofusca os campos radiantes de sol,
onde este povo em farrapos cavalgou pela liberdade.
Em cada criança, prenda ou homem resgatado,
renasce a alma gaúcha imortal.
Nos telhados em ruínas, peludos olhares,
vívidos da coragem e resiliência da espera.
Nada impede a corrente de solidariedade,
nem a peste da água contaminada, nem tragédias, nem mesmo a indiferença.
Eles vieram, como anjos improváveis,
sotaques diferentes, irmãos de terras distantes.
Juntos venceremos a fome, a sede e a devastação.
Ninguém ficará para trás.
André Luís Paolucci de Carvalho ocupa a cadeira numero 4 da Academia Barbacenense de Letras