Mario Celso Rios

Mário Celso Rios (1952 – 2020), intelectual barbacenense, destacou-se no magistério, nas letras, nos estudos históricos, na conservação da memória e das artes. Espírito independente, estudioso, metódico, perseverante, sincero, tenaz, presidiu a Academia Barbacenense de Letras desde 1993, sucedendo o Professor Plínio Tostes de Alvarenga.

  Filho de Antônio Romualdo Rios e Eunice de Carvalho Rios, nasceu em Barbacena-MG, cidade na qual permaneceu a maior parte de sua existência. De família numerosa, teve oito irmãos: Cleunice Maria Rios, Eliane Maria Rios, Maria Eloisa Rios Caldas, Maria Aparecida Rios Gamonal, José Romualdo Rios, Francisco Carlos Rios, Jésus Antônio Rios e Marcus Valério Rios.

  Sua privilegiada inteligência superou as adversidades trazidas pela “paralisia infantil”, ressignificando e fazendo da limitação física um desafio suplantado pelo brilho de sua argúcia, dedicação e refinado senso crítico.

  Os seus contemporâneos relatam o esforço dele ainda criança, indo todos os dias à pé para a escola do outro lado da cidade, sendo um dos melhores alunos em todos os cursos que fez.

  Formado nos áureos tempos do “Colégio Estadual” [Escola Estadual Professor Soares Ferreira], logo depois, fez sua carreira como professor naquela escola, no período de 1976 a 2012, notadamente no conteúdo de “Ensino Religioso”.

  Graduado em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos, lá lecionou por mais de trinta anos, tendo sido responsável pelas cadeiras de Direito Constitucional e Redação Jurídica.

  Estudou nos Estados Unidos da América do Norte, quando em xxx, formou-se e voltou ao Brasil.

  Advogado, participou da 3ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, dando voluntariosa contribuição à Escola Superior de Advocacia, coordenando gratuitamente cursos de ética e deontologia.

Autor de livros e poemas, era muito reservado quanto à publicação de sua produção intelectual, e o seu rico acervo é conservado pela família em caráter privado. Seu elevado legado intangível segue na mente e nos corações daqueles que com ele conviveram. Como a maioria dos pensadores, não foi compreendido e reconhecido suficientemente pelos seus coetâneos. 

Defensor dos Direitos Humanos, sempre reverenciou a “Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas de 1948”, divulgando seus altaneiros propósitos de uma humanidade na qual os direitos fundamentais sejam declarados e efetivados.

Participou de inúmeras instituições culturais e apoiou incontáveis escritores e estudiosos ao longo de sua vida, tendo sido entusiasta do movimento criado pelos “Pesquisadores do Caminho Novo”, com destacada atuação na preservação e interpretação das fontes primárias da história colonial brasileira.

Despediu-se desta existência abruptamente, deixando seus amigos e eternos alunos surpreendidos pela súbita impermanência, tendo a sua despedida ocorrido no “Palácio da Revolução Liberal”, sede do Poder Legislativo de Barbacena.

Inteligência sagaz e espiritualizada, sabia que a morte do corpo não é o fim da vida e, agora, certamente ainda mais lúcido na dimensão dos “imortais”, segue sua trajetória de luz, ensinando e aprendendo por onde estiver, seguindo sua jornada espiritual.