“Infinitos espíritos dispersos, inefáveis, edênicos, aéreos. Fecundai o mistério destes versos com a chama ideal de todos os mistérios ! “
Cruz e Souza
Hoje, há exatos 162 anos, nascia em Santa Catarina, na Vila do Desterro, posteriormente rebatizada pelo interventor militar, Marechal Floriano Peixoto, como Florianópolis, o escritor João da Cruz e Sousa, chamado de “O Dante Negro ou Cisne Negro”. Com uma obra literária arrojada para seu tempo, foi um dos precursores do Simbolismo no Brasil, que teve dentre outros expoentes deste movimento literário, o mineiro Afonso Henrique da Costa Guimarães, ou Alphonsus de Guimaraens. Os últimos momentos de Cruz e Souza, com apenas 36 anos, foram vividos em Barbacena, na localidade de Curral Novo, hoje município de Antônio Carlos. Veio para Minas Gerais em busca da cura para tuberculose. Encontrou a morte. Seu corpo retornou ao Rio de Janeiro a bordo de um vagão ferroviário para gado. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco, com a ajuda do jornalista e ativista abolicionista José do Patrocínio. Posteriormente, foi trasladado para sua terra natal, Desterro. Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15, e símbolo do triunfo de um indivíduo talentoso e determinado no seu ofício, superando todas as barreiras sociais, políticas e os preconceitos impostos por uma sociedade excludente, mas incapaz de refrear um gênio da escrita brasileira, como foi Cruz e Souza. No mês da Consciência Negra, todos os nossos louvores a João da Cruz e Souza! Barbacena, 24 de novembro de 2023.
Edson Brandão, Cadeira 32 ABL
