O Salvador da Pátria 

André Paolucci

 

A dor que sufoca sua mente

com duas mãos imaginárias,

foi enfim aliviada.

A serenidade da multidão vazia,

ávida por um profeta embriagado,

mesmo oco e feito de barro

foi o bálsamo suficiente.

Pois do pedestal santificado,

ele continuará pensando por vocês.

Abelhas da colméia!

Cegas, surdas, nunca mudas.

Afinal, a verdade continua desnuda,

mesmo que ninguém queira ver.

O seu herói de hoje estava lá ontem,

anteontem e nos anos anteriores.

O que mudou na roda da vida,

foi a sua escolha voluntária

pela mentira.

 

André Paolucci é Membro da Academia Barbacenense de Letras, ocupando a cadeira número 4.