Honório Armond (Patrono da cadeira 18)
Sombras pesadas, fúnebres e frias
Vão-se adensando, lúgubres, geladas.
Indecisam-se as vagas serranias,
Cai a noite nos campos e quebradas.
Procuro, pelo espaço, as Três-Marias
As lágrimas da noite eterizadas –
E apenas vejo as brumas fugidias
Galopando no dorso das rajadas…
Nem céu azul, nem lua, nem estrelas…
Nada que me recorde a luz tão clara
Que nunca mais, talvez, eu volte a ver…
Horas de dor! Quem poderá prevê-las!
Ó Fausto, grita ao tempo “Atende! Pára!”
… melancolia atroz de envelhecer!
Poema de HONÓRIO ARMOND publicado no Anuário da Academia Barbacenense de Letras, em 2002, página 49