Versos a um relógio

Velho relógio, amigo de outras eras,

Esquisito, bizarro, original,

No teu ranger isochrono, que esperas?

O dia de hoje ao de amanhã é igual!

 

Desejos, ilusões, sonhos, chimeras,

Desesperos e anseios, afinal

São minutos apenas e não meras

Vibrações da tua alma de metal.

 

Vives assim indifferente e mudo…

Impassível, sereno, immoto e quedo

Aos felizes sorris… aos tristes choras…

 

Dás no entretanto uma resposta a tudo:

– Agora! É muito tarde! Espera! É cedo!

Nessa ronda fantástica das horas!

 

Poema de Honório Armond extraído do livro “Honório Armond – Príncipe dos Poetas Mineiros”, 1ª reedição (1991). Direitos autorais cedidos à Academia Barbacenense de Letras. Honório Ferreira Armond é Patrono da Cadeira 18, da ABL.