Zenaide

Na tarde azulada,

Um último pássaro volitante

Corta o silêncio do anoitecer.

 

A primeira estrela estremece

Céu sem nuvem

Lua inquieta

Música suave e dolente

O dia se desvanece.

 

Vento frio, manso e amigo,

Traz-me boas-novas

Do dia que passou.

Dá-me o alento da esperança

Circula de brisa meu inquieto coração,

Condescendente a tanta saudade.

 

Tarde azulada, escurecida

Estrela marchetada de brilho

Céu ondulado de prata

Lua aureolada e quieta

Música lisa e fugidia

Vento sibilante de segredos

Digam-me: onde está ele, agora?

 

Zenaide de Araújo Gomes Vieira Maia é fundadora da Cadeira número 18, cujo patrono é Honório Armond.

Poema extraído do Anuário 1997/98, página 76.